Café Cajubá

7 de set de 2022

BRASIL: O PAÍS DO CAFÉ

É quase impossível falar de Brasil e independência sem falar de café. Isso porque as histórias se confundem, devido à grande importância do grão para a economia e o social do país.

Lavoura de Café no Rio de Janeiro no século XVIII

A história “começou” em 1727, quando o português Francisco Palheta transportou mudas de café do Jardim Botânico de Amsterdã, da Guiana Holandesa, para Belém do Pará. Em 1774, algumas sementes chegaram ao Rio de Janeiro e foram plantadas na chácara do convento dos frades Barbadinos. De lá, o café espalhou-se pelo sudeste do país.

Penetrando pelo vale do rio Paraíba, a mancha verde dos cafezais, que dominava a paisagem fluminense, chegou a São Paulo, que a partir da década de 1880, passou a ser o principal produtor nacional de café. Ao terminar o século XIX, o Brasil controlava o mercado cafeeiro mundial. Os lucros provenientes da lavoura do café, intensificada a partir das décadas de 1830 e 1840 em São Paulo, permitiram o surgimento das estradas de ferro, o avanço da urbanização e a entrada de grandes levas de imigrantes europeus.

Fazenda de café em São Paulo em 1920

Por volta de 1880, graças aos capitais obtidos com o café, foram criadas

empresas comerciais e industriais. Eram fábricas, ferrovias, bancos, iluminação urbana, telégrafo; enfim, os grandes centros estavam se transformando no que são hoje. A era Mauá, como ficou conhecida a expansão cafeeira no Brasil, trouxe a modernização para os grandes centros do país, como a inauguração, no Rio de Janeiro, da iluminação a gás e o abastecimento de água. Essa expansão se estende até os anos de 1900.

Depois da Revolução de 1930 e dos abalos provocados pela crise econômica mundial iniciada nos Estados Unidos em 1929, o governo Vargas manteve o apoio ao setor cafeeiro por meio do Conselho Nacional do Café e, ao mesmo tempo, decidiu impulsionar a industrialização. Para reduzir a oferta e melhorar os preços, mandou queimar todo o estoque e erradicar cafezais, pagando pequena indenização aos produtores. A longo prazo, a produção e a exportação estabilizaram-se, sob a supervisão do Instituto Brasileiro do Café, criado em 1952. Na década de 1950, as exportações de café ainda representavam a maior parte do total comercializado e o Brasil permanecia como o maior produtor mundial.

Apesar de o café ter seu reinado absoluto substituído pela diversificação da economia, o Brasil, ainda nos dias de hoje, é o maior exportador de café do mundo e ocupa a segunda posição em consumo da bebida. Independente há 200 anos, o Brasil, além de ser protagonista no assunto café há décadas, responde por um terço da produção mundial e se evidencia como maior produtor há mais de 150 anos.